A Galeria Filomena recebe a exposição Delírios Solares, individual de Gabriela Melzer com curadoria de Marc Pottier e realização da Galeria Galatea. A artista paulistana apresenta oito pinturas e seis desenhos inéditos, nos quais transforma o sol em gesto, cor e energia vital. Aberta ao público a partir de 4 de setembro, a mostra convida a adentrar um universo onde luz, matéria e imaginação se entrelaçam.
Inspirada por nomes como Georgia O’Keeffe, Hilma af Klint, Hieronymus Bosch e Leda Catunda, Melzer constrói uma obra que recusa fórmulas fixas e aposta em liberdade estética. Para ela, o acaso não é acidente, mas espelho do próprio cosmos: origem dos planetas, nascimento das estrelas, surgimento da vida. Nesse espaço fértil entre caos e ordem, a artista recria tensões que escapam ao controle e se revelam em cores, formas e vibrações.
O sol, escolhido como símbolo central, não aparece como simples astro ou fonte de calor, mas como organismo mutante — previsível e instável, cíclico e inesperado. Essa energia atravessa a fisicalidade da pintura a óleo, prática que Melzer desenvolve há mais de uma década, onde gesto e matéria se tornam corpo e necessidade vital. Suas telas convidam à pausa, instaurando territórios de contemplação frente ao ritmo acelerado do mundo contemporâneo.
Os desenhos, por sua vez, desdobram-se como cartografias de um universo maior, fragmentos espontâneos que investigam variações cromáticas e gestuais em estado cru. Neles, a artista se aproxima da tradição da abstração lírica, explorando contornos densos e formas orgânicas que evocam uma dança entre cálculo e impulso. Nesse trânsito, o “delírio” surge como suspensão do controle, espaço aberto onde o inesperado pode se manifestar.
Delírios Solares abre um campo de sensações onde o físico e o não físico se encontram, revelando uma dimensão subjetiva do sol que é ao mesmo tempo íntima e cósmica. Como afirma o curador Marc Pottier, as obras de Gabriela Melzer delineiam cenários que nos convidam a refletir sobre forças contraditórias — o previsível e o imprevisível, o caos e o cosmos. A exposição, instalada no espaço intimista da Galeria Filomena, prolonga essa experiência ao integrar a antiga Maternidade Condessa Filomena Matarazzo ao projeto arquitetônico do Rosewood São Paulo, criando um percurso entre memória, arte e energia vital.
Saiba mais em: @gabriela.melzer
04 de Setembro a 03 de Novembro
24H
Galeria Filomena - Rosewood São Paulo
Arte & Cultura